sexta-feira, 22 de junho de 2012

Por que?

Queria tanto entender porque certas coisas acontecem. As pessoas se limitam tanto com as coisas.
Existe tanta picaretagem no mundo. E aqui em Natal não poderia ser diferente não é mesmo?
As vezes eu me pego pensando porque as pessoas precisam se humilhar tanto? Queria poder ajudar a todo mundo...
Ano passado estava em uma situação difícil, complicada e poucos me estenderam a mão. Poucos sabem do que passei, e como passei. Hoje vejo pessoas tão próximas a mim, sofrer tanto... não sei o porquê, não tenho coragem de perguntar. Imagino a dificuldades que esta pessoa está passando...
É uma dificuldade atrás da outra, que o meu problema se torna minusculo diante dos dela. (A.P.G.) é uma guerreira. Batalhadora. Uma amiga para todas as horas. Hoje ao conversarmos percebi a tristeza em seu olhar. Suas atitudes e seus passos são limitados. Queria poder te ajudar de alguma maneira, mas não sei como. Só quero deixar dito aqui, que te entendo. E que Deus vai te ajudar grandemente, estou torcendo por você e sei que irás conseguir alcançar os seus objetivos. Esse problema que já juntos passamos vai se resolver. Parar agora é a melhor solução para as condições de trabalho que estão sendo estabelecidas sejam melhoradas. Ano de politica e o caos toma conta, só será resolvido quando estiver prestes da votação sabemos disso... mas eu torço por você, sei que tudo vai dar certo e o milagre vai acontecer. Não se preocupas, você será recompensada, pois Deus não nos dar uma cruz ao qual não consigamos carregá-la.
Que Deus continue nos abençoando...

Eu te admiro pra c...

Abraços,
Josenildo Barreto

Dias Iguais - Luiza Possi


Se eu quiser me convencer
Tudo pode ser então,
Um bom motivo pra eu desistir
Se eu tiver que te dizer
Tudo pode ser em vão
Tudo que eu já sofri
Já tentei esquecer
Fingir que vai mudar
Que com o tempo vai passar
Mas é sempre igual
Ninguém pode saber
O quanto eu penso e sinto por você
Mas é sempre assim
Tenho medo de dizer
Que sem você aqui
Os meus dias são sempre iguais
Eu só penso em você (yeah)
Mesmo se quiser tentar
Você nunca vai entender
Porque tantas vezes eu chorei
Mas se eu puder sonhar
Com um dia perfeito pra mim
Vai ser tudo como imaginei
Já tentei esquecer
Fingir que vai mudar
Que com o tempo vai passar
Mas é sempre igual
Ninguém pode saber
O quanto eu penso e sinto por você
Mas é sempre assim
Tenho medo de dizer
Que sem você aqui
Os meus dias são sempre iguais
Eu só penso em você (oh yeah)
Eu só penso em você
Já tentei esquecer
Fingir que vai mudar
Que com o tempo vai passar
Não consigo me enganar
Mas é sempre igual
Tenho medo de dizer
Mas é sempre igual
Tenho medo de dizer
Eu só penso em você (yeah)
Eu só penso em você (oh yeah)
Eu só penso em você
Eu só penso em você (ye yeah)
Eu só penso em você...

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Melhorando as Condições...


Professores, grosso modo, são, provavelmente, a mais ignorante e estúpida classe de seres no inteiro grupo de trabalhadores mentais.
(Henry Louis Mencken – 1880-1956).

Alguém já se perguntou por que nós, professores, somos uma classe tão pouco prestigiada?
É claro que esse desprestigio é recente. Até poucos decênios atrás, o professor era considerado um dos elementos mais importantes de estrutura social.
Quando eu freqüentava o curso primário, na Itália, fui transferido de um colégio de freiras para uma escola pública do 3º para o 4º ano. Passei a ter um professor, um homem que sustentava dignamente uma família com seu salário de mestre-escola e que havia sido agraciado pelo rei (a Itália é uma republica muito mais recente que o Brasil) com titulo de Cavaliere, ou que seria equivalente, na Grã-Bretanha, a poder ostentar a titulo de sir.
Mesmo no Brasil, esse respeito e prestigio existiam até uns 50 anos atrás.
Naquela época, as escolas públicas tinham um alto nível, e as particulares, muitas vezes, má fama (“pagou... passou”).
Ouviam-se sussurros apontando para o jovem preguiçoso: “É tão burro, coitado, que precisa pagar para estudar”.
De repente, em nome de uma “democratização” do ensino, permitiu-se que a escola pública sofresse a degradação que vemos hoje. A desculpa usada é que o preço a ser pago pelo aumento da quantidade dos que tem acesso à escola foi a queda da qualidade.
Mentira deslavada!
O problema do ensino público é incompetência e corrupção. Muita corrupção!
Basta ver as raras instituições lideradas por gestores competentes e honestos para perceber que nosso ensino público poderia ter padrões de Primeiro Mundo.
A degradação generalizada deixou um vazio, e esse “nicho ecológico” foi preenchido pelas escolas particulares.
Muito mal preenchido, diga-se de passagem.
Para se ter uma ideia, há mais de 30 anos fui convidado por um colega para assessorar uma escola com dificuldades para implantar seu laboratório de informática.
Era um daqueles colégios de São Paulo, criado por uma socialite, todo cheio das logomarcas e de uniformes escolares com design.
O problema? Simples!
- Professor, os computadores vieram com plugue de três pinos e nossas tomadas só tem dois buracos. O que fazer?
Absurdo, não?
Claro, o colégio era um dos pioneiros na montagem de um laboratório de informática, pois era (infelizmente ainda é) um dos grandes anzóis do marketing para fisgar pais desavisados.
Desafortunadamente, pai e mãe, por desconhecimento, em vez de perguntar se a escola tem professores INTELIGENTES e BEM PAGOS, perguntam se tem um computador por aluno.
Há 50 anos o salário de uma professora primária concursada era idêntico ao de um juiz de Direito.
Hoje... bem, é melhor nem comentar!
Hoje temos políticos que afirmam que as professoras “não ganham mal, são é mal casadas” (sic).
Mas os políticos não são os únicos responsáveis pela situação catastrófica na qual se encontra nosso sistema educacional.
O principal culpado dessa tragédia é você, cidadão brasileiro (e eleitor), leitor deste livro!
Seja você professor, aluno, familiar de aluno, pedagoga, profissional liberal, juiz ou senador.
Em um circulo vicioso, você permitiu que o professor fosse mal remunerado.
Sendo a carreira mal remunerada, atraiu pessoas cada vez menos qualificadas.
A má qualificação dessas pessoas gerou desprezo, desprestigio e mais justificativas para uma remuneração ainda pior.
E esse desprestigio recaiu sobre a classe como um todo, prejudicando os professores sérios e competentes.
Quantas e quantas vezes, ao longo de meus mais de 40 anos como professor de cursinho, recebi dos alunos, a pergunta:
“Professor, o senhor só dá aula ou também trabalha?”.
Em vez de ficar irritado (como dá vontade em uma primeira leitura dessa pergunta), aprendi a me sentir lisonjeado.
O que o aluno estava dizendo nas entrelinhas?
“Professor, ao longo de nossa convivência percebi que o senhor é uma pessoa competente. Como se sujeita, então a ser apenas um professor?”.
- Pois é – ouço você exclamar. – Se você é tão competente quanto dizem, como é que se sujeitou a uma carreira tão pouco compensadora? É puro idealismo?
Houve, confesso, uma ponta de idealismo. Mas não foi o fator decisivo.
Simplesmente a carreira de professor de cursinho é compensadora.
Nada para se ficar milionário, mas, com certeza, um nível de remuneração bem acima do de uma escola fiscalizada pela Secretaria de Educação.
- Mas por que consegue ser compensadora?
Justamente por não sermos uma instituição fiscalizada pelas tais autoridades de ensino!
Isso significa que podemos colocar de quatro a cinco vezes mais alunos em uma sala do que faz uma escola fiscalizada e, consequentemente, podemos estabelecer um nível de remuneração para o professor muito acima do padrão humilhante.
- Mas, com tantos alunos em uma sala, o ensino consegue ser eficiente?
Claro que sim!
Afinal, é muito mais eficiente ter um aluno assistindo à aula de um professor brilhante mesmo que seja em uma multidão, do que ser paparicado até individualmente por profissionais mal qualificados.
É claro que na fase da “fiação” a criança precisa de uma assistência constante. Salas de aula com uma dúzia de aluninhos, uma professora e uma auxiliar.
É a fase, como já vimos, de ouvir, ver e fazer na própria sala de aula.
Com o evoluir da idade, porém, a aula torna-se cada vez mais expositiva e as salas podem aumentar gradualmente.
A aula continua importante, mas passa a ser a parte menos importante do processo de aprendizagem.
No antigo ginásio (que na época da publicação deste livro ainda se chamava Fundamental II, daqui a alguns meses, sabe-se lá o que vão inventar!), a quantidade de alunos na sala pode ser muito maior (desde que existia algo chamado DISCIPLINA, ou seja, comportamento adequado dos DISCÍPULOS).
Mas onde achar mais professores competentes?
Muitos já estão na ativa, mas impedidos de manifestar seu potencial.
Estou cansado de ver professores excelentes que mal conseguem dar aulas medíocres, pois são obrigados a correr de escola para escola, entupindo-se de aula, para poder sobreviver. Sem tempo de se reciclarem, de lerem, embrutecidos pelo excesso de trabalho.
Professores que gastam um tempo enorme executando tarefas que não deveriam ser sua atribuição, mas sim da escola como instituição.
Querem saber quais? Fácil! Diário de Classe, correção de provas² e verificação das tarefas.
E, ainda por cima, com problemas terríveis de relacionamento com os alunos mal-educados, criados por pais mal-educados.
Além disso, impossíveis de serem disciplinados, já que a escola particular sente um prejuízo menor em perder um professor (o fato de ele ser bom é absolutamente irrelevante) do que perder um freguês pagante.
E, para piorar, os professores tanto das escolas públicas quanto das particulares estão algemados por um falho Estatuto da Criança e do Adolescente, que retirou do professor a autoridade que sempre teve e conseguiu criar até a figura do assassino-laranja!
O professor precisa ter uma remuneração condizente com seu nível intelectual (o “piso” estabelecido pelos governos é um insulto!).
Já ouvi muitos empresários argumentarem com frases do tipo “Se você multiplicar o salário de um pobre idiota por 10, vai obter, simplesmente, um rico idiota!”.
Não é verdade. O professor não é um idiota, é alguém mascarado por uma sequência de equívocos que o levaram a uma situação absurda.
Vou dar um exemplo simples de um desses absurdos. Se um guarda afirmar que eu estava circulando na contramão, mesmo sem fotos e/ou testemunhas, sua palavra é aceita contra a minha porque ele tem “fé pública”, e a multa é aplicada. A palavra dele vale mais que a minha.
Agora eu pergunto, por que cargas d’água, e por muito maior razão, a lei não atribui ao professor “fé pública”?
Os professores atuais trabalham em condições terríveis, tendo as famílias dos alunos como antagonistas em vez de parceiras.
Mas, mesmo dando boas condições a esses heróis, ainda vai faltar gente.
Ora, o Brasil está cheio de excelentes professores. A maioria, porém, não está dando aula, está “trabalhando”!
Precisamos repensar todo o sistema educacional para que essa gente possa ser atraída para o magistério.
Como recrutá-los? Como diferenciar o bom profissional do medíocre? Como driblar essa absurda isonomia que nivela a profissão por baixo? Como dar o bom profissional uma remuneração e uma autoridade diferenciadas?
A solução está à nossa frente há anos, e não a vemos por causa da cegueira causada pelo hábito e pela tradição.
Vamos sair um pouco de nosso mundo educacional e olhar o jurídico. Ora, há uma diferença brutal entre o status de bacharel em Direito e o de um advogado. E a diferença consiste em algo muito simples: o exame da OAB!
A Ordem dos Advogados do Brasil é uma entidade de classe que espelha na antiga e sábia tradição das guildas medievais:
- Quer exercer minha profissão? Prove, então, que é tão competente quanto eu!
Por que não criar uma OBP que submeta os candidatos a um rígido, demorado e exaustivo exame de forma a diferenciar o licenciado do professor?
Ter um diploma “reconhecido pelo MEC” não significa nada. É uma simples formalidade burocrática destituída de qualquer eficiência qualificatória.
Eu fiz Licenciatura na Universidade de São Paulo. As aulas das matérias pedagógicas foram as mais absurdamente medíocres às quais já assisti em toda a minha vida!
Tive aula, por exemplo, com uma professora de Prática de Ensino de Física que só tinha dois defeitos: não sabia ensinar e não sabia Física!
Nas aulas de didática me foi dado um texto extraído do livro O Senhor das Mascas, de Golding (que lhe valeu, em 1983, o Nobel de Licenciatura), como suporte às teorias de Rousseau quando, na realidade, a tese do livro é exatamente o oposto.
Que “bom selvagem” que nada! O livro mostra que o ser humano cria o demônio antes de descobrir Deus!
Ao questionar as pedagogas desvairadas que me deram esse texto, recebi como resposta um preconceituoso: “Vocês, de Exatas, não conseguem interpretar o texto corretamente”.
Perguntei qual delas tinha lido o livro. NENHUMA! Nem sabiam que o texto fora extraído de um dos livros mais fundamentais para quem quer entender o bullying!
Cumprir essa formalidade burocrática de obter um diploma de licenciatura transforma o aluno em licenciado, mas não em professor.
Precisamos, portanto, desburocratizar o processo de ensinar e enrijecer o de examinar, tanto para nossos alunos, quanto para nossos professores.
Se quem me ensina não examina, poderá ensinar cada vez melhor. E quanto melhor ensinar mais valorizado será. E quanto mais valorizado, mais eficiente. E quanto mais eficiente, melhor ensinará!
A qualidade do professor é essencial!
Quando a aeromoça é obrigada a representar aquele teatrinho antes da decolagem, mostrando onde estão as saídas de emergência, as luzes orientadoras e como utilizar o cinto de segurança, fala, a seguir sobre máscaras de oxigênio.
“Em caso de despressurizarão da cabine, máscaras cairão de cima. Dê um puxão para liberar o fluxo de oxigênio e coloque a máscara sobre o nariz e a boca, prendendo-a com o elástico atrás da cabeça. Se houver uma criança a seu lado, coloque a máscara primeiro em você, para ter condições de poder, em seguida, ajudar quem precisa de assistência”.
Para ter alunos leitores, o professor deve ser um ávido leitor. Para transformar o aluno em estudante, é obrigatório que o professor seja, antes de mais nada, um eterno estudante.
Para ter alunos de qualidade, a qualidade deve começar com os professores.
Como checar a qualidade?
Em primeiro lugar, submetendo o licenciado, após certo número de anos como professor-estagiário, a um exame promovido pela Ordem dos Professores (e não pelo Estado e muito menos pelas pedagogas) para que ele assuma o status de professor, com prerrogativas tanto em termos de remuneração, quanto do ponto de vista da autoridade.³
Em segundo lugar, submetendo o resultado de seu trabalho a uma auditoria externa. Exames nacionais que permitam evidenciar a qualidade das escolas, como a verdadeira fiscalização.
Funcionaria?
Não funcionaria... Funciona!!!
Funciona há mais de 60 anos no cursinho e não vejo porque não poderia funcionar no Brasil como um todo.
Todo ano os professores de um cursinho sério são submetidos a uma rigorosa fiscalização externa: o exame vestibular prestado pelos seus alunos.
É claro que este livro, ao ser publicado, provocará a ira dos incompetentes que mamam voluptuosamente nas tetas de uma instituição falida.
Pseudopedagogas indignadas irão estrilar. A desculpa será de que foram insultadas. A verdadeira razão é que correm o risco de ver acabar a mamata.
Pedagogas inteligentes vão exultar: “Finalmente alguém teve a coragem de escrever aquilo que todas nós pensamos há tanto tempo e nunca tivemos coragem de falar em público”.
Se eu estiver certo (e tenho certeza que estou, com o perdão da obviedade), as faculdades de pedagogia deveriam passar por uma radical reformulação. Poderiam ser transformadas em cursos de pós-graduação que admitissem apenas professores (aprovados no exame da OPB) com, no mínimo, cinco anos de atividade comprovada em sala de aula.
Mas isso é tema para planejamento posterior.
O importante é que se faça o diagnóstico correto.
Eu fiz o meu.
A escola, no Brasil, como instituição, é uma FARSA.
Uma gigantesca FARSA.
E se não abrirmos os olhos, admitindo essa verdade irrefutável, continuaremos nos enganando e sofrendo na miséria do sub do sub do subdesenvolvimento!
Esse futuro eu não quero para meus filhos e netos.
Suponho que o leitor também não.


²Instinto: não confunda Verificação de Aprendizagem com Avaliação!
³Um professor deveria ter, no mínimo, o mesmo status de um oficial das forças armadas.

Referência:
PIAZZI, Pierluigi. Ensinando Inteligência. Manual de Instruções do cérebro de seu aluno. Coleção Neuropedagogia. Volume 03. Págs: 146-156. Editora Aleph Publicações e Assessoria Pedagógica Ltda. São Paulo. 2009.