domingo, 15 de maio de 2011

Artigo será publicado na Revista DOMINIUM da Faculdade, estamos podendo!!!!!!!!!!!!

Por que abordar Sexualidade nas Escolas?

Autores (as):

Francisca Simone de Sousa – simoneestudante@hotmail.com

Francisco Josenildo de Lima Barreto – josenildobarreto@falnatal.com.br

Fernando Costa Gomes –fernandofalnatal@gmail.com

Mary de Souza Nascimento Fernandes –mary.fernandes34@hotmail.com

Orientador (a):

Profª. Msc. Maristela Cruz dos Santos – maristela@falnatal.com.br

PEDAGOGIA – FAL – Faculdade de Natal.

Resumo:

Nas últimas décadas o impulso social e as mudanças provocadas pelas transformações econômicas, pelos avanços das tecnologias empreendidas no campo das ciências e das comunicações, vêm refletindo logicamente no comportamento humano na busca de reformulações dos conceitos éticos e valorativos, sociais e de novos padrões comportamentais da sociedade. O quadro também inclui a Sexualidade Humana contemplada neste contexto social e bastante polemizada; tendo em vista o aumento dos índices de Gravidez Não Planejada, bem como o aumento dos riscos pelas infecções das Doenças Sexualmente Transmissíveis – DST, HPV e o HIV/AIDS. Sabe-se que a vulnerabilidade dos adolescentes é fortemente aumentada pelo uso abusivo de drogas, casamento prematuro, falta de referências nos pais, situação sócioeconômicocultural, sentimento de onipotência, preconceitos, baixa auto-estima, são alguns fatores que somados a falta de uma proposta de prevenção de forma sistemática e consistente na escola, aliadas também ao despreparo de muitos profissionais tanto na educação quanto na saúde para lidar com as questões da sexualidade humana e reprodutiva, quanto aos serviços de saúde da rede pública, admite-se que eles não são muito acolhedores. Portanto, esse artigo traz uma pesquisa bibliográfica onde caracteriza o “Por que abordar Sexualidade nas Escolas?”. E trata assim os fatores que podem colocar os adolescentes em situação de risco no mundo de hoje.

Palavras-chaves: Sexualidade nas Escolas, Vulnerabilidade Social, Protagonismo Juvenil, Prevenção e Educação Sexual.


1 – Introdução:

Sendo a escola um local privilegiado para educação, prevenção, formação e também promotor de transformações individuais e sociais, evidencia-se que ela precisa assumir ações adequadas que visem implementar um processo gradativo e sistemático de informação junto aos/as* adolescentes com o propósito de promover a saúde sexual e reprodutiva, contribuindo assim, para mudanças de comportamento, fortalecimento da autoestima e também na sua proteção contra as infecções ás DST-HIV/AIDS e a Gravidez Não Planejada.

Nesta perspectiva, buscamos nos perguntar Por que abordar Sexualidade nas Escolas? Apesar de sabermos da necessidade de discutirmos essa temática em sala, enfrentamos um grande preconceito de uma parcela da sociedade que nos coloca como condutores da proliferação do sexo precoce na forma de indução e marginalização sem preceitos ou orientações favoráveis. Isso torna a classe vulnerável passando assim estes questionamentos para os pais.

No entanto, diante do grande impacto da epidemia da AIDS no Brasil, alguns paradoxos têm merecido a atenção dos profissionais da área. Se, por um lado, as informações sobre transmissão e prevenção do HIV têm sido maciçamente divulgadas, por outro, a epidemia vem apresentando um aumento progressivo no número de casos (MS, 1988), modificando seu perfil epidemiológico, atingindo jovens, mulheres, heterossexuais e também as camadas menos favorecidas, que seja no meio urbano como também no meio rural. Portanto, procura-se disseminar as informações juntos aos/as adolescentes e jovens por meio do Protagonismo Juvenil e pela discussão dos professores em sala de aula de forma transversal em suas disciplinas.

Tendo em vista essa problemática, faz-se necessário buscar caminhos que possam conduzir estes/as adolescentes a uma melhor qualidade de vida. Portanto, identificando estratégias que visem ampliar fatores que influenciam na proteção, prevenção e na promoção da saúde da população de adolescentes, uma dessas intervenções será de fornecer subsídios que possam propiciar a eles/as uma formação integral para o exercício da saúde sexual e reprodutiva, bem como a construção da plena cidadania. Neste contexto, percebe-se a necessidade de intervir de forma a beneficiar não só o/a adolescente mais também seus familiares.

*O termo os/as é utilizado em todo o texto para sinalizar a ideia de gênero se antepondo as questões lingüísticas vigentes. Apenas assumindo um papel informal dentro do gênero lingüístico.

2 – Objetivos:

2.1 – Objetivo Geral:

Estimular a prática para a formação de multiplicadores junto ao público de adolescentes e jovens das escolas/instituições por meio de Oficinas de Sensibilização para Professores/as, Pais e Mães, e outros/as adolescentes e jovens, incentivando a prática cultural através da música, dança, teatro e em rodas de diálogos onde são discutidos temas ligados a Sexualidade Humana e Prevenção às Drogas.

2.2 – Objetivos Específicos:

ü Desmistificar estereótipos (tabus e preconceitos) criados pelos/as adolescentes e jovens em relação à Sexualidade;

ü Fornecer informações consistentes que subsidiem por meio de um contexto justificativo para adesão da ideia de complementar o tema no cotidiano escolar;

ü Proporcionar uma compreensão mais rápida e eficaz de forma direta, utilizando o trabalho de forma interdisciplinar;

ü Sensibilizar e mobilizar novos/as multiplicadores/as para orientar através de oficinas outros/as jovens desmistificando tabus e crenças, adotando um método seguro de passar informações sobre os temas;

ü Trabalhar ao lado do/a adolescente e do/a jovem, tirando suas dúvidas através de debates e dinâmicas, filmes, músicas e textos explicativos com historias reais, sensibilizando e trabalhando o lado emocional;

ü Conversar sobre drogas, fornecendo informações que atribuam aos tipos e efeitos, a prevenção e tratamento;

ü Ampliar os espaços de diálogos nas Escolas/Instituições sobre Educação Sexual nas escolas, nas Comunidades e nas Famílias;

ü Estimular a pesquisa, a produção de material didático e apresentação de trabalhos em congressos, seminários, encontros, fóruns, etc.

3 – Fundamentação Teórica:

A fundamentação teórica que orienta o desenvolvimento deste trabalho está firmada na seleção de conteúdos de diversos textos e informativos baseados em princípios científicos.

Sendo assim, pode-se dizer que a educação sexual na Escola visa contribuir com a discussão sobre sexualidade, com a função de promover o debate entre os/as adolescentes, fornecendo-lhes informações claras e objetivas, incentivando a troca de opiniões entre eles/as, contribuindo assim para o desenvolvimento de um pensamento critico e criativo, oportunizando repensar seus valores e assumir um pensamento próprio em relação ao exercício da sexualidade, com o fortalecimento dos laços de solidariedade e na formação da ética para o exercício da plena cidadania. De acordo com Antônio Carlos Egypto (1995, p.8):

“A educação sexual é um processo de vida que permite aos indivíduos se modificar, se reciclar ou não e só termina com a morte, enquanto, a orientação é um processo formal e sistematizado que se propõe a preencher as lacunas de informações, erradicar tabus e preconceitos e abrir a discussão sobre as emoções e os valores que impedem o uso dos conhecimentos.

A adolescência é marcada por um período de transformações e descobertas. Caracterizada, pela busca de independência e pelo desejo de ser reconhecido como adulto. Segundo Leda Casasanta (1998): A adolescência é uma etapa especial do desenvolvimento humano, caracterizado por transformações, seja do ponto de vista físico ou psicológico e social, podendo considerar-se como um momento do ciclo da vida, marcado por instabilidade emocional e reorganização psíquica, que pode variar de acordo com o tempo, o lugar e em cada cultura.

Portanto, neste processo o grupo de amigos exerce uma grande influência sobre suas atitudes e comportamentos, ao se exporem aos riscos e desafios eles querem provar sua capacidade, ainda que considerem as conseqüências de suas escolhas, eles buscam autoafirmação, o que muitas vezes coloca-se em situações vulneráveis a problemas.

Pesquisas feitas pela Agência de Noticias da AIDS em 2003 mostram que 90% da população de adolescentes têm informações que devem utilizar preservativos ao fazer sexo seguro, mas menos da metade o fazem. Isto os coloca em situação de predisposição a determinados riscos como DST, HPV e HIV/AIDS e Gravidez não planejada. Entretanto, essa exposição vai depender de cada individuo ou de cada grupo e também de cada contexto que eles estejam inseridos.

O Marco Legal – Saúde, um Direito de Adolescentes (2005), evidencia a vulnerabilidade como sendo: “A capacidade do individuo ou do grupo social de decidir sobre sua situação de risco, estando diretamente associados a fatores individuais, familiares, culturais, sociais, políticos, econômicos e biológicos”. Portanto, acredita-se que esse sentimento de tudo pode fazer e nada acontecer, são características psicossociais próprias da adolescência.

Nas últimas décadas, observa-se que a iniciação sexual tem ocorrido cada vez mais cedo na vida dos/as adolescentes, como conseqüência, problemas psicológicos, dificuldades nos aspectos afetivos, emocionais e sociais. Nelson Vitiello (1997, p.27) enfatiza que:

“Estamos vivendo uma crise nos valores morais e éticos, uma crise econômica e política, entretanto o importante é que os/as adolescentes (em especial as adolescentes) se questionam sobre seus reais desejos, sobre sua real maturidade para dar um passo tão importante, a iniciação sexual e que ela possa ocorrer de forma natural, entretanto é preciso estar pronta, em decorrência de uma relação afetiva mais intensa ou apenas por modismo ou então por medo de que o namorado possa ir embora”.

A incidência de gravidez precoce e não planejada é uma das preocupações relacionadas à sexualidade do/a adolescente e que pode trazer sérias conseqüências, como aborto, filhos/as, sem falar que a grande maioria desses/as adolescentes não tem condições financeiras nem emocionais para assumir a maternidade e, por causa de repressão familiar, muitas delas fogem de casa e quase todas abandonam a escola.

Segundo Maria Sylvia de Souza Vitalle, em sua tese de doutorado destaca que: Quando a atividade sexual tem como resultado a gravidez, gera conseqüências tardias e em longo prazo, tanto para o/a adolescente quanto para o/a recém-nascido/a. A Adolescente poderá apresentar problemas de crescimento e de desenvolvimento, emocionais e comportamentais, educacionais e de aprendizado, além de complicações da gravidez e problemas de parto. É por isso que alguns autores considerem a gravidez na adolescência como sendo uma das complicações da atividade sexual.

Pesquisa realizada pela Secretaria Municipal de Saúde – Departamento de Atenção Básica – Núcleo de DST/AIDS – Natal. Apontam que com relação às infecções do HIV de 1983 a 2005 houve um total de 977 casos, sendo 712 do sexo masculino e 265 do sexo feminino, que nesse mesmo período por faixa etária entre 15-19 anos 10 casos, 20-34 anos 463 casos, 35-49 anos 405 casos, 50-64 anos 87 casos, 65-79 anos 11 casos e mais de 80 anos 01 caso. Segundo a freqüência por ano de notificação, os anos que apresentaram índices maiores foram 2003, com 103 casos, seguido de 2001, com 96 casos.

No Brasil, cerca de 630 mil pessoas vivem com HIV. O número é estimado, pois notifica-se apenas casos de soropositivos que tomam medicamentos antirretrovirais. Do inicio da epidemia, 1980, até junho de 2009, foram realizados 544.846 diagnósticos. Durante esse período, foram registradas 217.091 mortes em decorrência da doença, segundo dados do Boletim Epidemiológico de 2009 do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais, são notificados entre 33 e 35 mil novos casos de AIDS. O nordeste fica em segundo lugar com 12% dos casos notificados são 64.706, perdendo apenas para a região sudeste com 19%. Dos 5.564 municípios brasileiros, 87,5% (4.867) registram pelo menos um caso da doença.

A redução da idade de iniciação sexual, provavelmente, é uma das causas do Brasil, em setembro de 2003, ter acumulado um total de 55.060 casos de AIDS entre os jovens menores de 24 anos, sendo 32.116 adolescentes do sexo masculino e 22.944 do sexo feminino. Isso representa 15.2 % dos casos notificados de AIDS no Brasil no período de 1980 a 2004. (PNDST/AIDS 2004)

Entre os jovens, porém, a transmissão sexual não tem sido a única forma de exposição ao HIV dos casos notificados na população entre 13 e 24anos. A via sanguínea responde por 31% dos casos notificados, sendo 94,3% desses casos são de correntes do uso indevido de droga injetável, enquanto que a transmissão sexual representa 59,3%, com outros 9,7% dos casos em que essa informação é ignorada (PN-DST/AIDS 2004).

Em fim, os/as adolescentes e jovens constituem a população mais susceptível ao consumo de drogas e a sexualidade sem prevenção. Assim, entendemos que uma das formas mais efetivas de prevenir o Uso Indevido e Abusivo de Drogas, a contaminação do HIV, e as DST’S, Gravidez Não Planejada, etc. É o fortalecimento da interação positiva entre os/as adolescentes e jovens, adultos, escolas e comunidades. E que a construção deste conceito, com certeza, trará excelentes resultados na tarefa de prevenir as conseqüências sobre Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva e do Uso de Drogas, que tantas mazelas produzem na sociedade.

4 - Metodologia:

A falta de cuidados com a Saúde Sexual e a Saúde Reprodutiva e a não prevenção ao Uso de Drogas, vem tornando-se um grande problema de Saúde Pública em praticamente todas as partes mundo. No Brasil, especialmente no Rio Grande do Norte não é diferente. Suas conseqüências e prejuízos não se restringem apenas as infecções das DST/AIDS e a Gravidez na Adolescência, mas também a Prostituição e ao Uso Indevido de Drogas, o que vem atingindo famílias, vizinhos, locais de trabalho e comunidades.

Sabemos que atualmente a tarefa de prevenir não terá sucesso se não for compartilhada, sendo necessário o envolvimento de todos os segmentos da sociedade nas diversas formas de atuação, para que bons resultados sejam alcançados.

Assim, constituímos uma proposta de Ações Educativas e Preventivas em Sexualidade Humana e ao Uso Indevido de Drogas, visando o fortalecimento da Auto-Estima e Multicuidado, sobretudo o exercício dos vínculos afetivos e atitudes positivas de uma Sexualidade Saudável, garantindo os direitos da Cidadania. Buscando assim estimular produções culturais que contribuam para a conscientização dos/as adolescentes e jovens permitindo á reflexão e o engajamento em atividades destinadas a prevenção à Saúde Sexual e ao consumo de Drogas por meio da exposição de conteúdos adequados em oficinas interativas e dinamizadas, agregando assim a música, a dança, o teatro, ao jornal informativo e o rádio, trabalhando sempre numa linguagem educativa e com atividades relacionadas com o processo ensino-aprendizagem, fomentando ainda, o debate livre sobre prevenção, entre alunos/as, professores/as, profissionais da saúde e pais, objetivando a conscientização da sociedade na política de Saúde Pública.

5 – Resultados Esperados:

Estima-se uma boa compreensão da formalização da nossa ideia, demonstrando a importância de abordar estes temas na escola. Com a implantação de um Projeto de Educação e Prevenção nas Escolas, espera-se que os/as atores/as estejam motivados/as, capacitados/as, informados/as, treinados as e qualificados para trabalhar a Sexualidade dos/as adolescentes e jovens, com conhecimentos, sem ideias tendenciosas ou preconceituosas, livres de mitos e tabus, sem barreiras religiosas e que gostem dessa tarefa e nela sintam-se a vontade, com isso estimulando para que haja uma elevação no nível de conscientização da valorização das questões que envolvem a Sexualidade, principalmente a saúde física, mental, sexual, reprodutiva e preventiva desses/as adolescentes e que possam também atingir seus familiares e toda a comunidade escolar.

Para que os riscos das infecções provocadas pelas doenças sexualmente transmissíveis – DST e o HIV/AIDS, contribuindo desta forma para diminuição da incidência não só das infecções, como também da gravidez não planejada. Acredita-se, que com disseminação dessas informações aconteça uma minimização do quadro. Portanto, uma melhoria na qualidade de vida.

6 - Conclusão:

Abordar sexualidade nas escolas é um verdadeiro desafio e como os/as adolescentes e jovens sofrem cada vez mais com a influência da TV, de amigos, muitas vezes recebendo noções erradas e prejudiciais. Quanto educadores/as e pais, deve-se manter um canal aberto com os/as adolescentes e jovens, os/as educando e assim poder discutir e intervir no que não parece correto.

A educação sexual em muitos momentos ocorre de maneira fragmentada ou equivocada, ficando para a instituição escolar toda responsabilidade sobre o assunto. Sendo um processo da vida inteira, necessário que haja um entrosamento entre a família e a Instituição Escolar, quando se trata de um assunto tão pertinente e importante como é a educação sexual.

Então é importante que as escolas invistam na formação dos/as professores/as porque seja por falta de preparação ou por desconhecimento de causa, o fato é que muitos/as professores/as continuam a ter dificuldades na abordagem da sexualidade.

De acordo com Sampaio (1995), a sexualidade deve ser orientada de forma a preparar o individuo para a vida, porém para educar é preciso que o educador esteja preparado para tal tarefa.

Busca se considerar a sexualidade como algo inerente a vida e a saúde, que se expressa desde cedo no ser humano. Engloba o papel do homem e da mulher, o respeito por si e os estereótipos atribuídos e vivenciados em seus relacionamentos, o avanço da epidemia de AIDS e da gravidez não planejada na adolescência, entre outros que são problemas atuais e preocupantes. Todos esses fatores denotam uma necessidade cada vez maior da inclusão da temática sexual no currículo escolar.

Para Souza (1991; p.18) Educação Sexual é:

“Oferecer condições para que um ser assuma seu corpo e sua sexualidade com atitudes positivas, livre de medo, preconceito, vergonha, culpa bloqueios ou tabus. É um crescimento exterior e interior, onde há respeito pela sexualidade do outro, responsabilidade pelos seus atos, direito de sentir prazer, se emocionar, chorar, curtir sadiamente a vida. É ter direito a esse crescimento com confiança, graças às respostas obtidas aos seus questionamentos, podendo criticar, transformar valores, participar de tudo de forma sadia e positiva, sempre buscando melhores relacionamentos humanos”.

É muito difícil trabalhar a sexualidade, pois mexemos com a nossa sexualidade, com nossos conceitos em relação a ela. A educação sexual passa pela educação do/a educador/a. O professor deve estar consciente da beleza e dignidade do sexo. Deve encarar com tranqüilidade a curiosidade da criança. A ausência de uma atitude, uma fala natural sobre a sexualidade vai gerar na criança a ansiedade de saber que o fará buscar a satisfação de suas curiosidades em outras fontes nem sempre recomendáveis. A criança usa muito seu corpo para expressar os seus desejos, seus anseios, seus sentimentos relacionando-se com o ambiente ao seu redor.

Segundo Içami Tiba (1998, p.32) ”Ensinar é um gesto de generosidade, humanidade e humildade.” É necessário que os pais e professores se conscientizem que independente da idade, a sexualidade está presente e as dúvidas devem ser esclarecidas e discutidas, de maneira objetiva, simples com humildade, pesquisando quando as questões apresentadas pelos filhos e alunos fugirem ao conhecimento.

Paulo Freire (1992; p.17) diz:

“Ninguém vive bem sua sexualidade numa sociedade tão restritiva, tão hipócrita e falseadora de valores; uma sociedade que viveu a experiência trágica da interdição do corpo com repercussões políticas e ideológicas indiscutíveis; uma sociedade que nasceu negando o corpo. Viver plenamente a sexualidade sem que esses fantasmas, mesmo os mais livres, os mais meigos, interfiram na intimidade do casal que ama e que faz amor, é muito difícil. É preciso viver relativamente bem a sexualidade. Não podemos assumir com êxito pelo menos relativo, a paternidade, a maternidade, o professorando, a política, sem que estejamos mais ou menos em paz com a Sexualidade”.

Portanto, como educadores/as, é dever contribuir para a formação do sujeito, como ser completo, não apenas no conhecimento intelectual, mas que ele possa se perceber como ser integral, com suas emoções, comportamentos, e que o mesmo possa a vir somar com as experiências e questionamentos feitos em sala de aula, mudando a sua trajetória de vida, não se deixando levar apenas por emoções, fantasias ou impulsos que mais tarde poderão acarretar em danos para sua personalidade, criando gravidez indesejada, doenças, etc. É preciso contribuir para o crescimento espiritual de cada pessoa, isso se dá por meio da convivência e dos ensinamentos que são vistos e repassados para as crianças. É necessário criar projetos e praticá-los para que através da cultura se estabeleça traços positivos de interdisciplinaridade, esses traços modifiquem os tabus e os preconceitos para consigo e com os outros.

7 – Referências Bibliográficas:

- CASASANTA, Leda. Afetividade e Sexualidade na Educação: Um novo olhar – Fundação Odebrecht – Secretaria Estadual de Educação – MG, 1998;

__________ - Boletim Epidemiológico da AIDS - Brasil, Ministério da Saúde -– Brasília, DF, janeiro a junho 2004;

- EGYPTO, Carlos. Sexo se Aprende na Escola – Ed. Olho D’água, pág. 8, 1995;

- SAMPAIO, Simaia: Educação Sexual para além dos tabus. Salvador, UFBA, 1996;

- SOUZA, Hália Pauliv de. Convivendo com seu sexo (Pais e Professores). 2 ed. São Paulo: Paulinas, 1991;

- TIBA, Içami. Ensinar aprendendo: como superar os desafios do relacionamento professor-aluno em tempos de globalização. São Paulo: Gente. 1998;

- VITIELLO, Nelson. Manual de Apoio ao Educador – Organon – pg. 33, SP, 2000;

- VITIELLO, Nelson. Sexualidade – Quem Educa o Educador – Ed. Iglu, pág. 27, 1997;

- VITALLE, Maria Sylvia de Souza. Adolescência e outros Fatores de Riscos: Tese de doutorado – Universidade Federal de São Paulo: Escola Paulista de Medicina, 2001.



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