terça-feira, 16 de novembro de 2010

COMO DEVEMOS ABORDAR A SEXUALIDADE NAS ESCOLAS?



A sexualidade de crianças, adolescentes e jovens, é preocupação escolar desde o século XVIII, só que vem se adaptando aos momentos históricos e culturais.
No século XVIII, a preocupação era com a masturbação, do século XIX ao XX, as doenças “venéreas” e o aumento de abortos clandestinos e no século XXI, a preocupação estar em capacitar jovens para a reprodução humana de forma saudável e responsável.
Em 1998, o Ministério da Educação incluiu a Orientação Sexual nos Parâmetros Referenciais Curriculares Nacionais para o ensino fundamental. Lá, afirma-se que, a partir da 5ª série, é importante que a escola possa oferecer um espaço específico (uma hora-aula semanal) para orientar, debater e tirar as dúvidas dos alunos sobre a sexualidade. Entretanto, como o tema tem caráter transversal, isto é, de aplicação desejável, porém não obrigatória, sua implantação definitiva na grade curricular as vezes esbarra no pensamento retrógado e mesquinho de que essa matéria poderia incentivar ou antecipar o relacionamento intimo entre os jovens.
Mais a quem se deve tal função? Aos pais ou aos professores?
Os pais, afirmam que não conseguem falar de sexo com seus filhos, porque no tempo deles isso não era permitido. Por outro lado, existem professores que não se sentem preparados para lidar com a temática, enquanto os que estão, temem o que os alunos vão fazer ou comentar ao chegar em casa.
Enquanto pais e responsáveis ficam indecisos de como fazer, os adolescentes e os jovens continuam agindo de forma incorreta, pois o acesso a grupos sociais, a mídia ou a internet, faz com que eles cheguem as suas próprias conclusões. Com isso há o aumento da gravidez não planejada, contaminação por doenças sexualmente transmissíveis, violências, dentre outros casos, continuam aumentando de maneira absurda.
Como educadores temos que trabalhar estas crianças a partir da realidade que elas vivem e conhecem. Jamais devemos inventar ou esconder algo para elas, pois confundem a cabecinha delas.
Segundo Içami Tiba (1998, p.32) ”Ensinar é um gesto de generosidade, humanidade e humildade.” É necessário que os pais e professores se conscientizem que independente da idade, a sexualidade está presente e as dúvidas devem ser esclarecidas e discutidas, de maneira objetiva, simples com humildade, pesquisando quando as questões apresentadas pelos filhos e alunos fugirem ao conhecimento.
Portanto, como educadores, devemos contribuir para a formação do sujeito, como ser completo, não apenas no conhecimento intelectual, mas que ele possa se perceber como ser integral, com suas emoções, comportamentos, e que o mesmo possa a vir somar com as experiências e questionamentos feitos em sala de aula, mudando a sua trajetória de vida, não se deixando levar apenas por emoções, fantasias ou impulsos que mais tarde poderão acarretar em danos para sua personalidade, criando gravidez indesejada, doenças, etc.
Devemos trabalhar essas crianças com dinâmicas de conhecimentos afetivos, jogos, brincadeiras e principalmente, deixar que eles perguntem para tirar suas dúvidas, afinal somos educadores e devemos preparar essas crianças para um futuro melhor.


Mary de Souza Nascimento Fernandes - Esudante de Pedagogia FAL

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