quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Educação Sexual, Um olhar diferenciado!

EDUCAÇÃO SEXUAL:

A Importância da Educação Sexual

Para uma grande maioria das pessoas, falar sobre sexualidade ainda é considerado um tabu, embora vivamos em pleno século XXI, e a realidade que a sociedade nos apresenta diante desse assunto seja bem diferente, com muito mais liberdade de expressão, enfim...Mas a questão é que se falarmos ou não de sexo com quem quer que seja, a sexualidade está aí, está em nós, e precisamos para o nosso bem estar emocional, estarmos ciente de que quanto mais informação a respeito desse assunto tiver, melhor para nós, pois isso irá se refletir em nossos relacionamentos com nossos parceiros, amigos, filhos, para estamos no mundo para nos aperfeiçoarmos e isso só ocorre com aprendizagem, com educação sexual..
Torna-se muitas vezes complicado conversar sobre sexo, de sexualidade com os filhos adolescentes (creio que a maioria dos pais pensam assim e possui alguma dificuldade nesse aspecto). Mas e porque ocorre essa dificuldade? A adolescência é um período tão difícil assim? Ou estes já estão se sentindo tão bem preparados para uma vida sexual ativa que nem precisam de informações? Vejamos um pouco sobre o que ocorre sobre esse processo sexual na adolescência
Durante a infância as necessidades libidinosas estiveram polarizadas em regiões definidas do corpo, como a boca e a pele, isso nos primeiros anos de vida assim como a região anal, e seguindo até a genitália por volta dos quatro ou cinco anos de idade.
Quando atinge a puberdade, que por si só já vem acompanhada de modificações físicas, sendo provocado pela secreção dos hormônios sexuais, esse púbere sentir-se estimulado a resolver essas necessidades instintivas, que até então eram desconhecidas pra esse adolescente, tentando buscar e saciar suas satisfações em experiências amorosas e genitais.
A adolescência é marcada por um período onde se combina toda essa tendência anterior, o que acaba por resultar num tipo de conduta que não se relaciona com a sexualidade, mas também em outras áreas, como relações interpessoais, no trabalho, o que o caracteriza num ser social. Ser adolescente se torna uma busca incessante de uma identidade sexual psicológica, dentro de um contexto social.
Com a maturação física que o adolescente adquire para o ato sexual, isto não ocorre de maneira tão simples e natural, pois existem as influências da repressão sexual, que ainda existem. É bem verdade que nos dia de hoje, há uma liberdade bem maior de atuação sexual, mas a superação dos preconceitos não acompanhou essa liberdade sexual.
O sexo, a realização sexual e afetiva, a vida a dois, continuam sendo fontes constantes de preocupação, pois são assuntos que merecem total relevância. Devido à falta da harmonia e realização sexual ou a existência de problemas nesta área acabam por originar graves inquietações, chegando em muitos caso alterar motivações para os demais interesses de nossa vida social.
A liberdade sexual, tão apreciada na atualidade, pode não estar sendo tão fácil de usufruir por parte dos jovens adolescentes. Pois assim, como esses já possui precocidade de relacionamentos sexuais, independe do nível de conhecimentos e do grau de amadurecimento físico e psicológico para essa iniciação, enquanto as relações sexuais "parecem" se isentar de tabus, medos e preconceitos, o relacionamento interpessoal e social começa a mostrar sinais evidentes de dificuldades.
Como averiguamos isso? Pelo aumento à procura de uso e abuso de álcool e drogas, assim como o incremento da homossexualidade, a promiscuidade, o índice alto de gravidez não planejada, de doenças sexualmente transmissíveis, e também pelo grande número de separações precoces.
Nesse instante, onde se percebe que a sexualidade dos jovens adolescentes está sendo prejudicada, torna-se inevitavelmente e necessário à educação sexual para os jovens.
A maioria dos jovens adolescentes pensa que sabem tudo sobre sexo, porque conversam muito com seus grupos de amigos, lêem bastante "revistas" sobre assunto, assistem filmes, e por isso acham que se sentem preparados. Todavia, se colocarmos um grupo de adolescentes com um ou dois profissionais da área de saúde, seja clínico geral ou psicólogo, ou sexólogo, irá certamente surgir muitas dúvidas, e então chegaremos à conclusão que os nossos jovens ainda engatinham na busca de informações sobre sexo, sexualidade.
Educação Sexual consiste em tornar para a vivência de uma Sexualidade Saudável.
Formar significa instruir, aperfeiçoar, lutar ao lado, ter as mesmas idéias - Educar. Como se forma para uma vivência saudável da Sexualidade? Forma-se integrando e potencializando a sexualidade no contexto da pessoa humana de forma responsável. Forma-se repassando conhecimento, forma-se através de vivências no quotidiano, forma-se através do exemplo, forma-se através da prática de atitudes naturais, forma-se facilitando a compreensão do fator ser sexuado em masculino ou feminino, da compreensão do viver e se expressar como Homem ou Mulher sem ter que negar ou questionar esse fato, mas, sim, aceitá-lo, admiti-lo, e valorizá-lo como essência da condição humana. Educa-se sexualmente reconhecendo a existência da energia sexual como componente do individuo. Reconhecendo essa energia e procurando vivê-la num caminhar permeado de amor e prazer, possibilitados pelo exercício da Comunicação/Redação; pela Reprodução Responsável, pela observação do conhecimento científicos, e pela não perpetuação dos mitos e preconceitos existentes na cultura Ocidental.

Além do que foi colocado, Educar Sexualmente significa estarem os agentes educadores (escola e/ou família) alertas para as várias e possíveis fontes de informação (Instituição, Meios de Comunicação de Massa, entre outras) que possam levar aos educandos mensagens (sobre a Sexualidade) errôneas, negativas, inadequadas, insuficientes causadoras muitas vezes de elevados danos e em alguns casos, de danos irreversíveis.
A Educação Sexual não deve se constituir em uma educastração - proibitiva, que provoca medo, culpa e ansiedade, nem tão pouco uma deseducação, que permissiva, viola valores e gera frustrações, mas, sim, uma Educação que busque o equilíbrio, o cultivo, o respeito por si próprio e pelo outro. Doutora Jerusa Figueiredo Netto diz "Cada um é como é, e o .fato de sê-lo pode ser cultivado". Este é o verdadeiro objetivo da Educação Sexual.

Quem deve fazer a educação sexual?

Envolve polêmica e controvérsia o fato do Quem Deve Fazer a Educação Sexual ? Há estudiosos que são adeptos de ser exclusivamente dos pais essa responsabilidade, chegando inclusive a defender que o pai deve se responsabilizar pela Educação Sexual do filho e a mãe da filha.
Há os que acham que a Educação Sexual deve ser promovida pela Escola, porém, por profissionais especializados como Médicos, Psicólogos e Sexólogos.
Existe um pequeno percentual que defende que deva ser a Educação Sexual promovida por Pastores, Padres ou Freiras nas aulas de Religião.
A Sexologia considera que a Educação Sexual deva ser urna ação de caráter integrador e por parte de todos que, direta ou indiretamente, se envolvam com a Educação Global dos indivíduos, ou seja, a família (pais, irmãos e substitutos) e a Escola. Evidentemente é a família o primeiro núcleo de formação educacional da criança, seguido da escola. Com raríssimas exceções os pais se omitem dessa tarefa. Essa omissão dos pais em relação à Educação Sexual é universal; mesmo nos países onde existe liberação sexual, os temas relacionados ao sexual, não fazem parte das conversações de pais e filhos. Por incrível que pareça o sexo continua sendo tabu na Cultura Ocidental, que assume a etiqueta de progressista e liberal.
Podemos julgar ou criticar os pais por essa conduta, quando sabemos que eles também não receberam essa educação? Como ofertar o que não se tem? As resistências emocionais são até a nível inconsciente, produto de uma formação onde o sexo tem sido reduzido ao âmbito do vergonhoso, do proibido, do imoral, impuro, mantido, enfim, na marginalização negativa e na clandestinidade. Como expressar naturalmente algo que nos foi sempre reprimido?
E por que a Escola? Porque a Escola tem a obrigação e a responsabilidade de oferecer a formação integral aos educandos. A Sexualidade é um aspecto fundamentalmente integrante da personalidade total e, portanto, objeto da educação. A Escola é um agente informador e formador por natureza. A Escola transmite os conhecimentos nos mais diferentes campos das atividades humanas. E que atividade humana não está impregnada pela sexualidade? Educar é função básica da Escola. É indispensável, portanto, a ação dessa Instituição nessa área essencial de formação do indivíduo, mesmo que a família se omita, a escola não pode fugir dessa tarefa.
A Escola detém as condições necessárias para a transmissão do conhecimento científico de forma objetiva; assim sendo, é o local certo para o uso do vocabulário adequado, sem cargas pejorativas.
A Escola dispõe do grupo que segundo a Psicologia e a Sexologia, apresenta provas incontestáveis de importância para os indivíduos, atingindo influência máxima na adolescência. O grupo é fator facilitador de novas aprendizagens, modela normas de condutas. Pertencer a um grupo e ser aceito por ele, constitui uma das principais aspirações e necessidades do ser humano. No grupo, a ação pedagógica se faz mais eficaz no processo de formação e mudança de atitudes, aquisição de valores, assimilação de idéias. É, portanto a Escola, o ambiente apropriado para se criar novos hábitos de comportamento e idéias concretas em relação às diversas áreas do ensino-aprendizagem entre as quais as referentes à Sexualidade Humana. É importante salientar que se criarmos uma atmosfera de grupo onde o tema sexual seja tratado de forma aberta e sadia para realizar-se a socialização do conhecimento, impedindo desníveis, influências de terceiros e tornando os seus membros menos vulneráveis. A Escola é sem dúvida o local idôneo da Promoção do Conhecimento Socializado. Para isso ela tem que se preparar, oferecendo formação sistemática e permanente como deve fazer com outras áreas.

Quando se deve fazer a educação sexual ?

Outra questão que envolve muita polêmica e discussão é o quando.
As principais correntes de estudiosos opinam:

 Aos 12 e 13 anos, quando ocorre à puberdade é o mais adequado e oportuno, tido como exclusivo;
 Outros crêem ser aos 8 e 10 anos, partindo do princípio de que nessa idade a criança já se desenvolveu suficientemente para entender e compreender o conhecimento científico;
 Na pré-escola, início de todo processo da Educação Global;
 Não depende da idade, mas sim, na medida em que forem surgindo as perguntas;
 Os especialistas na Educação Sexual apontam a posição mais coerente e rigorosa: "Deve ser desde o nascimento; e até mesmo antes, no momento do Planejamento, quando os pais desejam o nascimento do filho (a), já ai deve se iniciar de maneira informal e espontânea. Por isso a necessidade dos pais terem o conhecimento para darem inicio ao Processo na época certa. Entretanto, o Processo de Educação Sexual deverá se dar formalmente e de modo sistemático no ingresso da criança na Escola para a Educação Global e de acordo com o nível de maturidade dos indivíduos, variando quanto aos conteúdos e métodos”.

Como se deve fazer a educação sexual?

Como alguma coisa já foi dita, vejamos detalhadamente:

 Pais e Escola em cooperação;
 De preferência de forma coletiva;
 Sistematizada, sem esquecer que se configura de forma silenciosa na vida real;
 Adequada, ao nível de maturidade.

E ainda, o Processo deve ser Circular, ou seja, os temas tratados a cada idade, repetindo-se as informações (aprofundadas).
Progressiva ao nível de conteúdo, metodologia e técnicas.

(Apostilha de Sexualidade e Drogas - PROJETO VIDA)

www.projetovidaspe.blogspot.com

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