terça-feira, 16 de novembro de 2010

Por que abordar Sexualidade nas Escolas? Uma opinião significativa!




Abordar sexualidade nas escolas é um verdadeiro desafio e como os/as adolescentes e jovens sofrem cada vez mais com a influência da TV, de amigos, muitas vezes recebendo noções erradas e prejudiciais. Nós, educadores/as e pais, devemos manter um canal aberto com os educando assim poderemos discutir e intervir no que não nos parecer correto. Mas alguns pais e educadores podem questionar: “Será que tanta informação não acabará por estimular na direção errada?”, ou então pensar: “Eu não recebi educação sexual alguma e estou muito bem”. Contrariando preconceitos, pesquisas mostram que os adolescentes esclarecidos tendem a ser mais responsáveis e a adiar o início de sua vida sexual (até porque sua curiosidade foi devidamente saciada) até que amadureçam, possam fazer uso de anticoncepcionais e escolher o parceiro certo.
A educação sexual em muitos momentos ocorre de maneira fragmentada ou equivocada, ficando para a instituição escolar toda responsabilidade sobre o assunto. Sendo um processo da vida inteira, necessário que haja um entrosamento entre a família e a Instituição Escolar, quando se trata de um assunto tão pertinente e importante como é a educação sexual. As duvidas dos educandos precisam ser esclarecidas de maneira clara e objetiva, pois o constrangimento dos pais faz com que a escola se torne o principal espaço de educação sexual. Então é importante que as escolas invistam na formação dos/as professores/as porque seja por falta de preparação ou por desconhecimento de causa, o fato é que muitos/as professores/as continuam a ter dificuldades na abordagem da sexualidade. Para ilustrar esta afirmação, Emília Costa recorre a um exemplo extremo, mas bem elucidado do que pode suceder quando o professor não se encontra convenientemente preparado para lidar com determinadas situações na sala de aula. Uma história que, confessa a própria, a chocou bastante: "A meio de uma aula uma adolescente foi menstruada e não se apercebeu do fato. Os colegas começaram a rir-se e a professora, ainda jovem, não reagiu de forma positiva, perguntando-lhe, ao contrário do que seria de esperar, se a mãe nunca lhe tinha ensinado a andar protegida".
São exemplos como este que concluímos que o tipo de abordagem utilizada não se encontra relacionada com a idade ou com a formação pessoal de cada docente, mas está dependente, em grande medida, da motivação e da sensibilidade em relação aos problemas e à forma de lidá-los. Reconhece que uma formação adequada pode ajudar a desenvolver. É por isso que quando um aluno diz um "disparate" na aula, o professor, em vez de convidá-lo a sair, devia aproveitar a circunstância para abordar o assunto de uma "forma educativa"
De acordo com Sampaio (1995), a sexualidade deve ser orientada de forma a preparar o individuo para a vida, porém para educar é preciso que o educador esteja preparado para tal tarefa. Busca se considerar a sexualidade como algo inerente a vida e a saúde, que se expressa desde cedo no ser humano. Engloba o papel do homem e da mulher, o respeito por si e os estereótipos atribuídos e vivenciados em seus relacionamentos, o avanço da AIDS e da gravidez indesejada na adolescência, entre outros que são problemas atuais e preocupantes. Todos esses fatores denotam uma necessidade cada vez maior da inclusão da temática sexual no currículo escolar
Para Souza (1991) Educação Sexual é:
oferecer condições para que um ser assuma seu corpo e sua sexualidade com atitudes positivas, livre de medo, preconceito, vergonha, culpa bloqueios ou tabus. É um crescimento exterior e interior, onde há respeito pela sexualidade do outro, responsabilidade pelos seus atos, direito de sentir prazer, se emocionar, chorar, curtir sadiamente a vida. É ter direito a esse crescimento com confiança, graças às respostas obtidas aos seus questionamentos, podendo criticar, transformar valores, participar de tudo de forma sadia e positiva, sempre buscando melhores relacionamentos humanos.


A questão dos preconceitos que envolvem a sexualidade não tem origem na criança, mas no mundo e sociedade onde esta criança vive. É muito difícil trabalhar a sexualidade, pois mexemos com a nossa sexualidade, com nossos conceitos em relação a ela. A educação sexual passa pela educação do educador. O professor deve estar consciente da beleza e dignidade do sexo. Deve encarar com tranqüilidade a curiosidade da criança. A ausência de uma atitude, uma fala natural sobre a sexualidade vai gerar na criança a ansiedade de saber que o fará buscar a satisfação de suas curiosidades em outras fontes nem sempre recomendáveis. A criança usa muito seu corpo para expressar os seus desejos, seus anseios, seus sentimentos relacionando-se com o ambiente ao seu redor.

Francisca Simo de Sousa - Estudante de Pedagogia FAL.

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